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História do Perfume

A palavra perfume deriva do latim “per fumum”, que significa “pela fumaça”. Pois antes de dominar o fogo, o homem sentiu os cheiros que algumas árvores com troncos odoríficos, como o cedro e o pinheiro, soltavam no ar. Depois, quando o fogo foi dominado, o homem deliberadamente passou a queimar madeiras e folhas para sentir o aroma que lhe agradava.

O uso de essências aromáticas aparece em relatos bíblicos desde o Velho Testamento. Em sinal de gratidão por ter sido salvo do Dilúvio, Noé teria queimado madeira de cedro e mirra, mesma substância oferecida de presente ao Menino Deus pelos Reis Magos. Conta-se que o Bálsamo da Judéia atraiu o Rei Salomão para a Rainha de Sabá e que a rainha Cleópatra seduziu Marco Antônio atraindo-o para a sua galera cheia de velas perfumadas.

Foi na Índia e na Arabia que surgiram os primeiros mestres perfumistas. Os árabes não só compreendiam e apreciavam os prazeres dos perfumes, mas também tinham conhecimentos avançados de higiene e medicina. Eles produziram elixires partindo de plantas e animais com propósitos cosméticos e terapêuticos. Os gregos deram continuidade à pesquisa do perfume e desenvolveram o processo de destilação de óleos aromáticos.

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Desde a antiguidade, os perfumes estiveram sempre ligados à nobreza e à aristocracia, principalmente devido às dificuldades técnicas para obtê-los. Com o correr dos séculos, o perfume foi perdendo seu caráter religioso e ganhou um cunho profano, fazendo parte dos jogos de sedução nas cortes. Catarina de Médicis, quando partiu de Florença para casar com Henrique de Valois, futuro Rei da França, em 1522, trouxe dois perfumistas incumbidos de procurar durante a viagem uma vegetação similar a de Toscana. Encontraram, no sul da França, na região de Provence, a aldeia de Grasse, com suas colinas, rosas e jasmins. Foi assim que nasceu a cidade dos perfumes. Logo a reputação dos perfumes de Grasse conquistou Paris e, depois, toda a Europa. Em 1850 a cidade já contava com 50 perfumarias. Na corte do Rei Luís XV o protocolo obrigava o uso de um perfume diferente para cada dia da semana. Napoleão Bonaparte despejava, todas as manhãs, um pequeno frasco de colônia em sua cabeça A Imperatriz Josefina, que vivia envolta em uma nuvem de almíscar, reuniu os maiores perfumistas do século XIX. Foi neste século que surgiram os perfumes fortes à base de essências florais. Inicialmente eram baseados em tinturas de benjoim, vétiver, baunilha e patchouli.

A industrialização popularizou o uso do perfume, embora algumas marcas continuem tendo preços proibitivos, o que valoriza o trabalho do perfumista. O equilíbrio das dezenas de componentes da fórmula de um perfume, alguns em doses tão ínfimas que os modernos processos de análises não conseguem determinar, fez com que o perfume entrasse no campo da arte. Artistas especiais, os perfumeurs criam verdadeiras obras primas, tão importantes como as pinturas dos grandes mestres ou a música dos grandes compositores. Só depois que a nova obra de arte é criada, a sua fórmula é fornecida para a fabricação em escala industrial. Os laboratórios são muitos importantes na indústria de perfumes, pois conseguiram sintetizar mais de quatro mil aromas da natureza. Até na medicina o perfume se faz presente através da nova técnica da aromaterapia.